Reflexões sobre popularização das ciências em tempos de pandemia e ensino remoto
Palabras clave:
Alfabetização científica, Popularização das ciências, Ensino remotoResumen
A educação científica tem como uma de suas metas proporcionar um pensamento autônomo e crítico (Sasseron, 2015) dando elementos para que os indivíduos possam pensar bem (Morin, 2003) e interpretar a grande quantidade de informações existente sobre questões científicas e sociais. Neste cenário, o presente trabalho objetivou narrar e refletir acerca da experiência com a popularização das ciências na disciplina de Ensino de Ciências por Investigação, ofertada aos estudantes de Ciências Biológicas (licenciatura) no período letivo remoto suplementar (2020.5) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil. Durante a disciplina, entre seus momentos síncronos e assíncronos, havia um dia reservado para a investigação direcionada e autônoma seguida de socialização via fóruns virtuais de dois materiais de divulgação ou popularização das ciências disponíveis em redes sociais. O objetivo da atividade era argumentar sobre seus contrastes e potenciais, a partir de temas diferentes a cada semana. A imersão em textos e debates teóricos nutriam as discussões que deram embasamento às investigações, estabelecendo conexões com o cenário atual e as diretrizes para a educação científica. Problematizamos o consumo das ciências e construímos formas de criticar nosso próprio conhecimento. Em paralelo, aprendemos coletivamente como as trajetórias investigativas podem se expressar. Apesar das adversidades apresentadas pelo ensino remoto quanto ao acesso às tecnologias, as atividades oportunizaram entender a formação por diferentes vias: como pensamos, pesquisamos, criticamos, como nossa curiosidade se expressa e em quais pontos há necessidade de ajuste e enriquecimento. Assim, o trabalho com as popularizações possibilitou o exercício crítico frente ao que é popularmente divulgado em rápida e larga escala sobre as ciências. Enquanto professores, essa atitude precisa ser continuamente executada, em especial quando em uma globalidade permeada pelas ciências e suas implicações, na qual faz-se necessário levar o pertencimento das ciências para além da academia.